Siderurgia
Localizado no município do Cuchi, o Complexo Siderúrgico dista cerca de 66 Km da mina do Cutato e 620 Km do Porto do Namibe, por onde a exportação da nossa produção é realizada.
Equipada actualmente com 1 alto forno com capacidade de produção de 96 mil toneladas por ano, a CSC produz ferro-gusa básico utilizando o carvão vegetal no processo produtivo. O projecto a implantar, contará com a construção de mais 3 alto-fornos até 2025, expandido a sua capacidade anual de produção para 520 mil toneladas e a instalação de uma termo-eléctrica para geração de até 15 MW de energia limpa, utilizando os gases gerados no processo de produção do ferro gusa; a energia gerada será uma parte consumida internamente e o remanescente para o transporte e comercialização na rede pública, beneficiando assim as populações mais próximas.
O Brasil é um dos poucos países do mundo a produzir ferro-gusa a partir da energia renovável da biomassa na forma de carvão vegetal, e Angola entra na lista de produtores, com o investimento realizado pela CSC.
O que é Ferro Gusa?
O ferro gusa é um insumo siderúrgico, produzido no alto-forno, a partir da reacção entre o minério de ferro e o carvão (mineral ou vegetal). O carvão cumpre duas funções: a primeira delas como combustível para gerar o calor necessário à operação do alto-forno; a segunda como agente químico para retirar o oxigênio durante o processo decorrente das reações de redução do Fe2O3. A composição química do ferro-gusa é de pelo menos 92% de ferro e 3,5% a 4,5% de carbono.
Existem três tipos de ferro-gusa: o básico ou de aciaria, o de fundição e o nodular, também aplicado na fundição, variando entre eles os teores de silício, manganês, enxofre e fósforo.
Carbon-free
Enquanto a maior parte da produção mundial de ferro gusa e aço utilizam o carvão mineral e o coque como fontes de energia e agente redutor do minério de ferro, a utilização de carvão vegetal no processo produtivo da CSC, garante uma produção livre de carbono (carbon-free).
Na produção livre de carbono, todo o carbono gerado pelos processos combustíveis é neutralizada através do carbono absorvido pela floresta renovável, no caso da CSC, por utilizar o carvão vegetal.
O carvão vegetal torna o processo de produção do ferro gusa mais responsável e sustentável uma vez que substitui matérias-primas de base fóssil (consideradas altamente poluentes) e assim contribui para a diminuição da emissão de gases de efeito estufa (GEE).
Adicionalmente, por ter origem em florestas bem manejadas, a utilização de carvão vegetal aumenta a capacidade nacional de captura e armazenamento de carbono (CO2). Quando comparada, a produção de gusa utilizando coque, os estudos apontam que para cada tonelada de gusa produzida com carvão vegetal, 3 toneladas de CO2 são capturadas.
O conceito “carbono-free” foi fortalecido com a adopção do Acordo de Paris.
Aprovado em 2015 e assinado por 195 países, o Acordo de Paris definiu o objectivo de limitar o aquecimento global em menos de 2ºC e somar esforços para restringir o aquecimento em 1.5°C. Os chefes de estado concordaram em reduzir emissões e buscar um balanço neutro entre emissões e remoções na segunda metade do século; o que é definido como neutralidade de emissões de carbono.